Segundo um artigo publicado no site da Deloitte, “Today, most things are dependent on data”.[1] Os dados são usados em muitas atividades, e a produção e recolha dos mesmos vai aumentado, pelo que saber analisar corretamente esta informação é cada vez mais importante e relevante nos dias de hoje e para o futuro. No entanto, dados da TDWI mostraram que 46% das organizações reportam ter trabalhadores com capacidades inadequadas de análise de dados.[2] Muitas vezes, os profissionais que fazem uma transição para as áreas dos dados e da Inteligência Artificial não possuem as capacidades-chave em ciência de dados.[3] Face a estes dados, o Técnico+, a escola de formação avançada do Instituto Superior Técnico, lançou o Programa de Especialização em Data Science para Engenheiros (DASH), cujo primeiro curso, em Engenharia da Ciência de Dados, teve início no dia 25 de outubro. O Programa arrancou com este curso pois o mesmo introduz os conceitos fundamentais da área.
A ciência de dados é algo cada vez mais necessário e aplicável em qualquer indústria, pelo que não é surpreendente que a primeira edição deste curso tenha esgotado, contando com a presença de formandos com backgrounds muito diversos, desde investigadores, consultores, pessoas da área da aviação, bem como trabalhadores da área farmacêutica e das telecomunicações.
Alguns dos formandos revelaram-nos em que medida este curso os iria ajudar a desempenhar as suas funções. Por exemplo, João Loureiro explicou que a sua empresa, com origem e sede nos Açores, tinha expandido, em maio, para o continente e que, face a esta expansão, “chegámos a uma altura em que queremos perceber as rúbricas de clientes que nos dão mais lucro, qual o tipo de clientes em que devemos focar e em quem não estamos a focar. No fundo, queremos perceber melhor a informação que retirarmos dos dados atuais que temos, para que possamos perceber quais as mudanças a implementar na empresa de forma otimizar os lucros.” Acrescentando a isto, Pedro Guerreiro, da área das Redes de Comunicações, afirmou que o seu interesse no curso surgiu “porque cada vez mais as organizações coletam milhões de eventos e parâmetros de rede, e é cada vez mais importante ter know-how para extrair o máximo de conhecimento da informação coletada de forma que possamos decidir melhor, numa ótica de melhoria contínua dos serviços.”
Por outro lado, Eduardo Gomes, geólogo com vasta experiência no acompanhamento da construção de grandes projetos de engenharia, principalmente de barragens em aproveitamentos hidroelétricos, disse que “produzimos muitos dados em termos de classificações geomecânicas e monitorização, que são subaproveitados na otimização de processos e gestão financeira dos projetos. Seria útil conseguir prever se há desvios entre aquilo que é a expectativa em fase de projeto e a realidade encontrada em obra – quanto mais cedo se conseguirem identificar estes desvios e os seus impactos, melhor.”
Adicionalmente, alguns dos formandos ingressaram no curso procurando o desenvolvimento pessoal, para além do profissional. Miguel Figueiredo, por exemplo, disse que “gostava de integrar o data science com a minha área [financeira]”, não porque o trabalho ou a empresa assim o exige, mas porque “esta é a abordagem que eu quero. Além da compreensão funcional, quero saber implementar.” O Miguel acrescentou que o que o levou a escolher este curso em específico foi o facto de “o Data Science ser, claramente, uma área em desenvolvimento, com grandes oportunidades” e, uma vez que percebeu isso, teve “sugestões de colegas que me recomendaram esta área, e quando comparei com outras opções, percebi que este era o curso ideal para mim. Para além disso, a marca que o Técnico representa também teve peso na minha decisão.”
O curso conta, também, com vários antigos alunos do Instituto Superior Técnico que, para além de terem interesse nesta área, querem continuar o seu percurso numa instituição cuja qualidade e exigência já lhes é familiar.
Os formandos irão, ao longo do curso, analisar dois datasets, sendo um deles, idealmente, adequado à sua área de trabalho ou de interesse e o outro fornecido pela Professora Cláudia. Desta forma, poderão, por um lado, aplicar os seus conhecimentos e trazer valor para as suas organizações, e, por outro lado, explorar outro tipo de dados, para que fiquem mais aptos a trabalhar em diversas situações. “Dado que os datasets não se comportam todos da mesma maneira, evitamos enviesamentos e os formandos ficarão mais preparados para lidar com diferentes tipos de dados”, disse a Professora. O dataset apresentado pela formadora continha uma grande variedade de dados mundiais relacionados com o COVID-19, desde o número de internados ao número de testes positivos. O desafio lançado foi “com base nestes dados, tentar descobrir se, daqui a quinze dias, teremos um R(t) [índice médio de transmissibilidade] que representa alto ou baixo risco”.
No final deste primeiro curso, espera-se que os formandos sejam capazes de classificar, modelar, analisar e transformar dados, de forma a construírem, treinarem e avaliarem modelos de dados preditivos.
[1] https://www2.deloitte.com/ui/en/blog/life-deloitte-blog/2021/scaling-data-science-to-deliver-business-value.html
[2] Russom, P., 2020. Data Management for Advanced Analytics. [ebook] Disponível em: <https://www.oracle.com/ro/a/ocom/docs/solutions/business-analytics/tdwi-data-management-best-practices.pdf>
[3] 2020. The Future of Jobs Report. [ebook] Disponível em: <https://www3.weforum.org/docs/WEF_Future_of_Jobs_2020.pdf>
Esta pós-graduação em data science destina-se a todos os profissionais licenciados que entendam os fundamentos básicos de linguagens de programação, como o phyton, permitindo-lhes dar os primeiros passos no vasto mundo do data science.
Esta caminhada inicia-se com a aquisição dos conceitos fundamentais na área, as suas práticas essenciais e os seus mecanismos de avaliação mais seguros. Este programa é constituído por vários Cursos de Especialização, de forma a poder ser adaptado a cada tipo de conhecimento e percurso nesta área, além de serem em formato 100% online, permitindo-o(a) realizá-los ao seu ritmo e em qualquer parte do mundo. Estes cursos têm uma abordagem muito prática, pelo que a pós-graduação permite uma aprendizagem eficaz e capacitadora para entrar numa nova profissão.
